A Perto Digital entrega informação inédita sobre inclusão para que o mercado compreenda a importância da acessibilidade. Desta vez, a nossa equipe de marketing entrevistou a colaboradora Camila Eduarda Ferreira Busio para entender a opinião dela sobre acessibilidade em e-commerces. A seguir, destacamos dois eixos principais
A entrevista, feita por whatsapp, é apresentada na íntegra logo abaixo. O intuito da entrevista é apresentar como o acesso web pode representar um diferencial competitivo para os e-commerces. Com isso, queremos encorajar mais clientes a se manifestarem e a se posicionarem. Afinal, experiências acessíveis são para todas as pessoas. Confira a entrevista:
Qual sua maior dificuldade em se tratando de e-commerces não acessíveis?
“Minha maior dificuldade em e-commerces não acessíveis está na navegação e interação com os componentes por meio do leitor de tela. Frequentemente, não consigo buscar produtos de forma eficiente, pois os campos de busca não funcionam corretamente — em alguns casos, sequer podem ser localizados ou acionados com essa tecnologia assistiva. Também é comum encontrar botões e links sem rótulos claros ou mesmo sem práticas de acessibilidade, o que me impede de compreender o conteúdo ou concluir ações importantes.
Além disso, informações sobre os produtos disponíveis apenas em formatos inacessíveis, como imagens ilustrativas sem texto alternativo descritivo, são transmitidas para pessoas videntes, mas omitidas para nós, usuários de tecnologias assistivas.
Campos de formulários, como os de endereço e pagamento, muitas vezes não são acessíveis ou não são identificados corretamente, dificultando ou até impossibilitando seu preenchimento. Alertas automáticos também costumam interromper a fala do leitor de tela durante a navegação, causando confusão e perda de contexto.
Já encontrei, ainda, QR Codes mal construídos, que não seguem boas práticas de acessibilidade, tornando inviável o escaneamento com tecnologias assistivas. Todos esses fatores comprometem minha autonomia e prejudicam significativamente a experiência como consumidor.”
Como essa dificuldade afeta o cotidiano como consumidora de e-commerces?
“Essas barreiras me forçam a depender de outras pessoas para realizar algo que deveria ser simples: fazer compras online. Isso afeta minha independência, aumenta o tempo gasto em tarefas básicas e gera frustração constante. Perco oportunidades, promoções e acabo desistindo de comprar em muitos sites. Fico com a sensação de que minha experiência como consumidora não é valorizada.”
Como era seu dia de consumidora antes dos recursos de acessibilidade da Perto implementados no e-commerce?
“Antes dos recursos da Perto, comprar online era uma experiência exaustiva. Eu gastava muito tempo tentando entender a estrutura do site, perdia informações importantes, e muitas vezes não conseguia finalizar uma compra sem ajuda. A insegurança era constante, principalmente ao inserir dados sensíveis como informações de pagamento, já que ao esbarrar em botões, links ou mesmo campos sem uma clara descrição não seguindo boas práticas de acessibilidade davam um ar de dúvida e assim levando a insegurança de preencher, clicar e até comprar.”
Como é seu dia de consumidora agora que você utiliza recursos de acessibilidade da Perto Digital implementados no e-commerce?
“Hoje me sinto muito mais segura e independente para navegar e comprar. A contextualização da página, depois que o perfil cego está ativado, me ajuda a entender rapidamente onde estou e o que posso fazer. A navegação por teclado e os atalhos otimizam meu tempo, e os textos alternativos me permitem compreender melhor os produtos. Com esses recursos, minha experiência se tornou muito mais fluida, confiável e digna.”
Qual recurso da Perto Digital mais usado no seu dia a dia como compradora de e-commerces?
“O recurso que mais uso no meu dia a dia é a contextualização da página. Assim que ativo o perfil cego usando o atalho Alt+C, esse recurso me fornece um resumo claro e organizado sobre o conteúdo da página, facilitando minha compreensão do ambiente onde estou navegando.”
Descreva esse recurso.
“A contextualização da página fornece uma visão geral organizada do conteúdo logo ao entrar no site, destacando seções importantes como categorias, promoções, ofertas e etapas do processo de compra. Isso me ajuda a entender rapidamente onde estou e o que posso fazer, sem precisar explorar cada elemento manualmente com o leitor de tela. Esse recurso é essencial para tornar a navegação mais rápida, eficiente e acessível para mim.”
Quais etapas da navegação em um e-commerce você considera mais desafiadoras (ex: busca de produtos, leitura de descrição, finalização de compra)?
“As etapas mais desafiadoras costumam ser a busca de produtos e a finalização da compra. Muitas vezes, os campos de busca não são acessíveis ou não oferecem sugestões compatíveis com o leitor de tela. Já na finalização, formulários de endereço e pagamento nem sempre funcionam corretamente ou possuem rótulos confusos ou até mesmo inexistentes, o que prejudica a conclusão da compra.”
Você costumava precisar de ajuda de outra pessoa ao comprar online antes de conhecer as ferramentas da Perto? Em quais momentos?
“Sim. Eu precisava de ajuda principalmente para localizar produtos, entender detalhes importantes da página e preencher os campos na finalização da compra. Às vezes, até mesmo para saber se um botão era de 'comprar' ou 'adicionar ao carrinho', já que não era identificado corretamente.”
Quais sensações você tem ao tentar comprar em um site que não foi projetado para pessoas com deficiência visual?
“É desanimador. Me sinto excluída, invisível como consumidora. Mesmo sendo uma atividade comum do dia a dia, a cada tentativa de navegar em um site não acessível, tenho a sensação de que não pertenço àquele ambiente. As barreiras constantes me cansam mentalmente e emocionalmente, e chega um ponto em que começo a repensar se o problema está em mim — se sou o 'erro' nessa equação.
É frustrante saber que a tecnologia para tornar tudo acessível já existe, mas muitas empresas simplesmente escolhem não aplicá-la. A ausência de inclusão envia uma mensagem clara: aquele espaço não foi pensado para mim, e isso machuca. Ainda assim, precisamos lutar diariamente contra a ideia de que somos os errados nesse meio — quando, na verdade, o erro está na exclusão.”
A acessibilidade de um site influencia sua decisão de voltar a comprar nele?
“Com certeza. Se o site é acessível, eu volto com prazer, porque sei que vou conseguir comprar sozinha, com segurança, autonomia e praticidade. Agora, se o site não for acessível, dificilmente volto — mesmo que tenha bons produtos ou preços.
Ainda mais quando não consigo interagir com funções básicas, como modificar a quantidade, escolher a cor ou o tamanho de um produto. E, em casos mais graves, quando nem consigo finalizar a compra por completo, aí realmente não tem como voltar. A experiência precisa ser funcional e respeitosa do início ao fim, senão não vale a pena insistir.”
Você recomendaria um e-commerce acessível para outras pessoas com deficiência visual? Por quê?
“Sim, com certeza. Levar esse tipo de feedback para outras pessoas com deficiência visual — seja cega ou com baixa visão — é uma prática natural e essencial dentro da nossa comunidade. Compartilhamos informações sobre acessibilidade porque sabemos, na pele, como é passar por dificuldades em tarefas simples que deveriam ser rápidas e acessíveis.
A acessibilidade é o que nos permite participar plenamente do consumo digital com independência, dignidade e respeito. Quando encontramos um e-commerce que realmente facilita nossa experiência, fazemos questão de indicar.
Repassar essas boas experiências é algo que faço com prazer, porque sei que estou contribuindo para que outras pessoas tenham acesso mais justo e humano aos seus direitos como consumidoras.”
Nesta seção, apresentaremos três perguntas que reúnem todas as ideias citadas no texto para aprofundar o conhecimento da nossa audiência leitora.
Porque garante autonomia, dignidade e inclusão para pessoas com deficiência visual, permitindo que elas comprem com independência e segurança.
A navegação se torna fluida, intuitiva e eficiente — com recursos como o perfil cego, textos alternativos e atalhos que tornam todo o processo mais acessível.
Gera frustração, exclusão e dependência de terceiros. Sites inacessíveis afastam consumidores e transmitem a mensagem de que eles não foram considerados.
O e-commerce acessível valoriza a jornada da pessoa. Ferramentas de acessibilidade da Perto Digital foram projetadas para incorporar o design inclusivo. Assim, elas atendem a qualquer perfil de cliente. Acreditamos muito na universalização do acesso!
Além disso, os recursos oferecidos pela Perto Digital podem ser incluídos em qualquer tipo e tamanho de negócio. Não importa o seu nicho: a inclusão digital é uma obrigatoriedade e um diferencial estratégico. Se você quer elevar sua empresa a um nível superior em performance digital com indicadores robustos, critérios técnicos e web acolhedora, converse conosco.