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Os plugins gratuitos de Libras atendem totalmente às necessidades de acessibilidade?

Felipe Gruetzmacher
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Com o avanço da tecnologia, muitos recursos e ferramentas são barateados e até oferecidos como gratuitos. A mesma situação ocorre com soluções em acessibilidade: variados plugins são oferecidos por um custo zero.

Podemos citar, por exemplo, alguns tipos de plugins que convertem texto em Libras. Neste artigo, você vai explorar alguns desses produtos web gratuitos. O propósito é examinar as características técnicas deles.

Com isso, esperamos apoiar a formação de uma opinião crítica a respeito da inovação. Assim, o artigo vai apresentar os seguintes pontos:

  • Quais as características técnicas dos plugins gratuitos de Libras?

  • Por que plugins gratuitos de Libras não atendem totalmente às demandas de acessibilidade?

  • O que um plugin de Libras precisa ter para atender totalmente às necessidades dos públicos?

Fornecer informação bem fundamentada é apoiar os clientes a tomarem decisões mais assertivas. O objetivo fundamental deste texto é nutrir nossa audiência de pessoas leitoras de bons insights. Confira tudo sobre o assunto nas linhas abaixo.

Quais as características técnicas dos plugins gratuitos de Libras?

Examinar a tecnologia é útil por uma dupla razão. Essa análise auxilia nas escolhas das pessoas usuárias. Além disso, colabora para posicionar a tecnologia como aliada da inclusão social.

Entender esses dois pontos fortalecem um mercado digital propenso a selecionar soluções em acessibilidade mais alinhadas com o contexto da diversidade. Em se tratando de plugins gratuitos, código aberto e de uso público, temos as opções:

  • VLibras: É um recurso governamental desenvolvido pelo UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e SERPRO  (Serviço Federal de Processamento de Dados). A função dele consiste na tradução automática de textos para Libras. O VLibras tem suporte limitado a conteúdos dinâmicos. Não cobre elementos gráficos, imagens com texto e vídeos;

  • Rybená: Projeto fruto do CESAR (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife) e UFPE. É usado na tradução de textos estáticos em Libras. Não é integrado com sites dinâmicos modernos e tem foco acadêmico;

  • APPLibras: tem funcionalidades bem restritas, além de contar com interface simples. É focado em aplicativos móveis. Apresenta baixa aderência comercial e pouco suporte para integração web.

Em se tratando de Plugins com versões gratuitas limitadas (freemium), o mercado conta com:

  • Hand Talk (freemium): apresenta um Tradutor de Libras com avatar animado. O recurso é oferecido como uma versão gratuita limitada (número de traduções mensais, sem suporte e nem dashboard). Além disso, não garante total conformidade com a LBI ou a WCAG; 

  • LibrasGov: pode ser acessado em algumas plataformas públicas. É uma solução inspirada no VLibras e é mantida por estados ou municípios. Não se adapta a sites com arquitetura moderna. Não oferece relatórios, métricas ou teste de usabilidade.

Há outras tecnologias que valem citação, mesmo não sendo plugins diretos:

  • Avatares 3D de código aberto: são exemplos o  SignAvatars e WebSign. São pouco comercializáveis porque são bastante experimentais. Exigem alto conhecimento técnico e não são plug-and-play. Exigem intérpretes humanos via vídeo (Teams, Zoom, etc). É uma alternativa válida para eventos ao vivo. Não se aplica à navegação autônoma em sites ou e-commerces.

Por que plugins gratuitos de Libras não atendem totalmente às demandas de acessibilidade?

Não basta oferecer apenas a língua de sinais É necessário prover legendas, transcrições, estrutura semântica e alternativas para diferentes perfis de pessoas usuárias. 

Os plugins gratuitos de Libras servem como apoio, pois não atendem sozinhos a todas as demandas e obrigatoriedades legais de acessibilidade. Por isso, não substituem legendas, estrutura semântica, controle por teclado, transcrições e intérpretes humanos.

O que um plugin de Libras precisa ter para atender totalmente às necessidades dos públicos?

Um plugin de Libras ideal tecnicamente ideal apresenta:

  • Baixo tempo de carregamento;

  • Possibilidade de alterar o tempo de interpretação;

  • Opções de transparência e ajuste de posicionamento no seu website;

  • Conformidade com a WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), ADA (American Disabilities Act), COPPA (Children's Online Privacy Protection Act), GDPR (General Data Protection Regulation), UNRUH (Unruh Civil Rights Act), LBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), e-acessível, e e-MAG (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico).

Síntese geral: quais os pontos limitantes dos plugins gratuitos de Libras?

Os plugins gratuitos de Libras atendem totalmente à acessibilidade?

Não. Eles são úteis, mas não cobrem todas as exigências legais e técnicas de acessibilidade.

Quais são os principais plugins gratuitos disponíveis?

VLibras, Rybená e APPLibras.

O que o VLibras oferece?

Tradução automática de texto para Libras, mas com suporte limitado a conteúdos dinâmicos e visuais.

Qual a limitação do Rybená?

É pouco atualizado e não funciona bem em sites modernos.

E o APPLibras, qual a sua função?

Focado em aplicativos móveis, mas tem interface simples e baixa integração web.

Existem versões freemium de plugins?

Sim. Hand Talk e LibrasGov são exemplos.

Quais as limitações do Hand Talk (freemium)?

Limite mensal de traduções, sem suporte técnico ou painel de controle, e não cumpre totalmente as normas legais.

E o LibrasGov, onde é usado?

Em plataformas públicas, mas não se adapta bem a sites modernos nem fornece métricas.

Há outras soluções além de plugins?

Sim, como avatares 3D de código aberto (SignAvatars, WebSign).

Por que essas tecnologias são limitadas?

Porque não substituem elementos essenciais como legendas, transcrições, estrutura semântica e intérpretes humanos.

Qual é o papel desses plugins na acessibilidade?

Servem como apoio, mas não garantem acessibilidade plena por si só.

Conclusão:

O nosso texto de hoje, com um caráter mais informativo, tratou de fornecer os insights mais fundamentados possíveis para apoiar as decisões das pessoas usuárias.

A expectativa da Perto Digital é reduzir as incertezas na hora de comprar tecnologias. Assim, fomentamos a criação de soluções cada vez mais sintonizadas com o contexto do público e da diversidade. Aprenda mais sobre o tema dos plugins e das Libras nos artigos