Neurodivergência e Acessibilidade: Criando Experiências Digitais para Mentes Diversas (TDAH, Dislexia, etc.)

Felipe Gruetzmacher
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As soluções em acessibilidade digital servem para uma variedade de públicos, incluindo pessoas neurodivergentes. A inclusão digital é válida para todas as pessoas usuárias. Portanto, o nosso texto de hoje vai trazer um aprofundamento sobre os seguintes subtítulos:

  • O que é Neurodivergência e por que ela importa para o Digital?

  • Onde a Neurodivergência se Encaixa nas Diretrizes de Acessibilidade?

  • Como as Diferentes Condições Afetam a Navegação?

  • Quais as Boas Práticas para Fornecer Experiências Acessíveis e Acolhedoras para Pessoas Neurodivergentes? 

  • Qual é o Futuro do Design Inclusivo?

Você vai explorar todos os detalhes do tema e entender o impacto trazido pela acessibilidade nos seus negócios.

Neste Artigo:

O que é Neurodivergência e por que ela importa para o Digital?

A neurodivergência diz respeito à cérebros que funcionam de maneira diferente da maioria. Esses “desvios” do normal cerebral incluem condições como o autismo e o TDAH.  Já os termos neurodiverso, neurotípico e neurodivergente são usados para descrever diferentes formas de funcionamento cerebral dentro desse espectro.

No grupo neurodivergente, encontramos condições como Síndrome de Down, discalculia, dislexia, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

São pessoas com diferentes graus de dificuldades para:

  • Escutar;

  • Ver;

  • Compreender;

  • Falar;

  • Interagir socialmente.

No ambiente digital, pessoas neurodivergentes podem enfrentar dificuldades para:

  • Entender conteúdos (vídeos, textos e imagens) apresentados em formatos pouco objetivos;

  • Reconhecer informações irrelevantes em meio ao excesso de elementos visuais e/ou auditivos em um site. Isso pode ocasionar distrações;

  • Navegar em sites muito complexos ou confusos, que tiram o foco e geram sobrecarga;

  • Acessar sites sem recursos de acessibilidade, como contraste adequado, descrições de imagens, transcrição de vídeos, entre outros;

  • Interagir com interfaces pouco funcionais e intuitivas;

  • Interpretar textos sem uso de fontes de fácil, contraste e espaçamento adequados;

  • Manter o foco em páginas com excessivo número de animações, transições, efeitos de  movimento em páginas e pop-ups. Além disso, o número de elementos desnecessários em um layout, ausência de hierarquia pontual e contraste adequado entre cores do texto e de fundo pode dificultar o entendimento;

  • Ler conteúdo com uso excessivo de itálico ou caixa alta.

Além disso, o excesso de cores vibrantes pode gerar estímulo visual desnecessário, especialmente para pessoas no espectro autista. O resultado de uma experiência digital insatisfatória pode reduzir o interesse do público neurodivergente pelo seu site. Consequentemente, sua marca pode perder receita, reputação e oportunidades de conversão.

Atenção: não confunda neurodivergência com neurodiversidade. A neurodiversidade é o conceito que reconhece que todos os cérebros são diferentes, englobando toda a humanidade. Já a neurodivergência se refere a pessoas cujos cérebros funcionam de maneira distinta da maioria.

Onde a Neurodivergência se Encaixa nas Diretrizes de Acessibilidade?

A neurodivergência está contemplada em muitos pontos das Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG). Mas é preciso ir além do checklist: a inclusão deve estar presente desde o planejamento até o pós-lançamento de qualquer produto digital.

Processos, programas, pessoas e cultura empresarial devem estar combinados para fornecer informações mais acessíveis, abrangentes e inclusivas possíveis. O produto digital deve seguir as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG, sigla inglesa para Web Content Accessibility Guidelines). Os princípios da WCAG orientam que todo conteúdo web deve ser:

  • Perceptível: apresentação de um site perceptível pelo público, incluindo pessoas com deficiência ou dificuldades sensoriais. Na prática, o site deve contar como texto legível, imagens com texto alternativo e elemento multimídia (vídeo ou áudio), assim como transcrição ou legendas;

  • Operável: de acordo com este princípio, elementos interativos precisam ser operáveis por qualquer perfil de pessoas usuárias, incluindo aqueles com deficiência cognitivas ou motoras. Assim, o princípio da interação acessível se aplica a diferentes dispositivos, incluindo teclados e não somente mouse;

  • Compreensível: a estrutura da página e o conteúdo devem ser compreensíveis por variados perfis, o que inclui diferentes níveis de conhecimento e habilidades. Esse princípio inclui linguagem clara, simples, conteúdo organizado de forma lógica, suporte e feedback sobre as ações das pessoas usuárias;

  • Robusto: o conteúdo web deve poder ser interpretado por ampla diversidade de dispositivos e tecnologias, como navegadores web, aplicativos móveis e leitores de tela. Equipes devem criar códigos que sigam melhores práticas e padrões web atuais para que o site seja processável em diferentes contextos.

Como as Diferentes Condições Afetam a Navegação?

Cada condição da pessoa neurodivergente é afetada de forma única por uma internet inacessível. Por exemplo:

  • Pessoas com dislexia podem ter dificuldade para assimilar conteúdo sem fonte adequada, espaçamento ou alinhamento;

  • Pessoas com TDAH podem se distrair com excesso de informações, pop-ups ou animações;

  • Pessoas com autismo podem se sentir desconfortáveis com falta de previsibilidade, linguagem ambígua ou estímulos sensoriais intensos. 

Quais as Boas Práticas para Fornecer Experiências Acessíveis e Acolhedoras para Pessoas Neurodivergentes?

Há estratégias certeiras para construir sites otimizados para o público neurodivergente. Por exemplo:

  • Apostar na clareza visual, com bom espaçamento em branco, hierarquia visual clara e sem fundos complexos;

  • Utilizar tipografia legível, preferencialmente sans-serif, com espaçamento de linhas e letras ajustáveis;

  • Garantir navegação intuitiva, com layout consistente, menos cliques e barra de progresso em formulários;

  • Adotar uma linguagem simples e objetiva. Isso significa incluir parágrafos curtos, listas e cabeçalho no seu texto;

  • Evitar jargões complexos e metáforas;

  • Oferecer a possibilidade de controlar a taxa de animação e evitar o auto-play de sons e vídeos.

Qual é o Futuro do Design Inclusivo?

O design inclusivo beneficia todas as pessoas. Ao melhorar a jornada para públicos neurodivergentes, as empresas também aprimoram a experiência de usuários neurotípicos. Esse conceito é conhecido como “design para o extremo” — soluções criadas para uma minoria que acabam beneficiando a maioria. Incluir é inovar. E inovar é atender melhor.

Resumo: como a web acessível beneficia a neurodivergência

Os itens a seguir são perguntas que resumem todas as principais ideias trabalhadas até agora.

O que é neurodiversidade e neurodivergência?

A neurodiversidade reconhece que cada cérebro é único. Já a neurodivergência refere-se a pessoas com funcionamento cerebral diferente da maioria, como quem tem TDAH, autismo ou dislexia.

Por que a neurodivergência importa no ambiente digital?

Porque sites e aplicativos inacessíveis dificultam o entendimento, a navegação e a interação, afastando pessoas neurodivergentes das experiências digitais.

Quais são os principais desafios enfrentados por pessoas neurodivergentes na web?

Dificuldade em manter foco, excesso de estímulos visuais, textos confusos, fontes ilegíveis, contrastes inadequados e ausência de recursos como legendas e descrições.

Como a neurodivergência se encaixa nas diretrizes de acessibilidade (WCAG)?

As WCAG orientam para que conteúdos sejam perceptíveis, operáveis, compreensíveis e robustos — princípios que atendem também às necessidades cognitivas e sensoriais da neurodivergência.

Quais são as boas práticas para criar experiências acessíveis para pessoas neurodivergentes?

Usar fontes legíveis, espaçamento adequado, hierarquia visual clara, linguagem simples, menos cliques, evitar autoplay e permitir controle sobre animações.

Qual é o futuro do design inclusivo?

O design inclusivo é o “design para o extremo”: ao atender minorias, ele melhora a experiência de maiorias e fortalece o posicionamento da marca.

Qual é o impacto de uma web mais acessível?

Beneficia pessoas neurodivergentes, amplia o público, melhora a usabilidade geral e gera valor social e econômico para as empresas.

Conclusão:

A neurodivergência é uma condição muito específica que requer recursos para uma ótima navegação online. A acessibilidade cumpre este papel em trazer maior facilidade para um uso sem barreiras. O resultado é um ganho para a empresa em se tratando de clientes satisfeitos e vendas realizadas. A Perto Digital traz tecnologia assistiva: inovações que facilitam a navegação e o uso para qualquer perfil de pessoa.

Nossa proposta de valor envolve soluções que proporcionam um acesso equitativo e igualitário para todas as pessoas usuárias. Fale com os especialistas da Perto Digital e veja como a acessibilidade digital pode ampliar o alcance da sua marca, gerar impacto social e transformar visitantes em clientes satisfeitos.

Felipe Gruetzmacher

Felipe Emilio Gruetzmacher é um homem autista que atua como redator da Perto Digital, diretor de produção textual da diverSCInnova, copywriter da Editora Simulacro e blogueiro do site da ANAGEA (Associação Nacional dos Gestores Nacionais). Acredita no potencial da tecnologia em transformar a experiência digital e promover a inclusão das pessoas com deficiência.
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