O que esperar da acessibilidade digital com a WCAG 3.0?

Felipe Gruetzmacher
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O mundo digital está mudando! Um conjunto de normas em constante aprimoramento garante uma experiência inclusiva para todas as pessoas. A Perto Digital explica, neste artigo, quem cria e como funcionam essas normas. Confira nos subtítulos a seguir:

  • O que são a WCAG - Web Content Accessibility Guidelines?

  • Qual é a origem e como a WCAG evolui?

  • Como ter acesso às mudanças da atualização atual, a WCAG 2.2?

  • Qual é a expectativa para a WCAG 3.0?

Seguir essas normas internacionais faz com que seu site seja mais acessível e inclusivo para um número maior de pessoas. O resultado é maior performance econômica, status social e oferta de uma jornada digital memorável. Saiba tudo sobre o futuro das normas de navegação inclusiva no artigo abaixo.

Neste Artigo:

O que são a WCAG - Web Content Accessibility Guidelines?

A WCAG é a sigla para Web Content Accessibility Guidelines traduzida como Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo na Web, funcionam como regras técnicas.  Projetos que seguem esses direcionamentos oferecem experiências digitais sem barreiras para o público.

A WCAG foi criada para transformar a internet num ambiente inclusivo. Por isso, ela tem evoluído conforme novas tecnologias surgem. Afinal, com a inserção de inovações digitais, surgem diferentes necessidades de acessibilidade. 

Essas regras são como um “termômetro”:  definem se um site está acessível para pessoas com deficiência, idosos e demais grupos. A conformidade legal é só uma etapa. Na verdade, a WCAG impacta significativamente a internet de maneira positiva.

Qual é a origem e como a WCAG evolui?

Entender a teoria é essencial, mas acompanhar as mudanças na prática é o que garante conformidade. É aí que entra o acesso às normas atualizadas. 

No ano de 1997, o World Wide Web Consortium (W3C) criou a iniciativa de Acessibilidade na Web (WAI) para ser uma liderança na causa da inclusão digital. Dois anos depois, a edição inicial da WCAG 1.0 é lançada. Ela apresentava 14 regras focadas em garantir o acesso na web para pessoas com deficiência, apesar das limitações tecnológicas da época.

A iniciativa pioneira lidava com um ambiente menos interativo do que o cenário atual. A atualização desses padrões foi estimulada com o rápido surgimento de tecnologias e inovações digitais.

Já em 2008, a WCAG 2.0 foi publicada com muito mais detalhes e especificações do que a primeira norma. Desta vez, ela introduziu quatro princípios que orientam a acessibilidade até os dias atuais: 

  • Perceptível;

  • Operável;

  • Compreensível;

  • Robusto.

Ainda, a WCAG 2.0 foi adotada como norma ISO - a ISO/IEC 40500. Dessa maneira, as diretrizes foram transformadas em referência global, adotada por governos e empresas. O propósito foi aderir aos padrões de acessibilidade global.

Em 2018, a nova revisão apresentou diretrizes voltadas para interfaces táteis, dispositivos móveis e acessibilidade cognitiva. Essa mudança foi crucial para acompanhar o crescimento dos tablets e smartphones.

Essas atualizações constantes mostram que a experiência sem barreiras não é estática, mas acompanha a evolução tecnológica. Esse movimento preparou o terreno para a WCAG 2.2, lançada oficialmente no fim de 2023.

A publicação atualizada trouxe aprimoramentos para o público que depende de navegação por teclado. Além disso, houve uma maior ênfase nas regras específicas voltadas para pessoas com deficiência motora e cognitiva. 

A WCAG 2.2 é o marco mais atual e, provavelmente, o último da linha 2. Ela pavimenta o caminho para a 3.0, que promete modificar ainda mais o cenário da acessibilidade digital.

Como ter acesso às mudanças da atualização atual, a WCAG 2.2?

Conhecer a evolução é essencial, mas só faz diferença quando aplicamos no dia a dia do seu negócio. É aí que entra o acesso às mudanças mais recentes. A WCAG 2.2 trouxe melhoramentos para tornar a web mais acessível para todas as pessoas usuárias. Um dos focos prioritários desta versão foi apresentar melhorias para três grupos:

  • Público que usa dispositivos móveis;

  • Pessoas com deficiência cognitiva;

  • Pessoas com baixa visão.

Apesar dessa atualização incluir novos critérios, sites e plataformas que seguem a versão 2.2 estão automaticamente em conformidade com a WCAG 2.1. Esse fato facilita a transição e a conformidade com novas exigências.  Abaixo, destacamos as principais regras adicionadas pela WCAG 2.2:

  • Foco Não Obscurecido (Nível AA e AAA): um elemento deve permanecer visível mesmo quando receber foco. Deve permanecer visível e não ser ocultado por outras partes da interface;

  • Aparência do foco (Nível AAA): indicadores de foco devem ter contraste de cores suficientes para permitir a identificação. Além disso, devem ser suficientemente grandes para serem visíveis;

  • Movimento de Arrasto (Nível AA): é uma alternativa para a ser oferecida para qualquer funcionalidade que dependa de movimentos de arrasto, como cliques ou toques;

  • Tamanho do Alvo (Nível AA): os alvos interativos devem ter, no mínimo, 21x21 pixels. Isso se aplica a botões e links;

  • Ajuda Consistente (Nível A): recursos de ajuda presentes no site devem ser localizados de maneira consistente no mesmo espaço durante a navegação;

  • Entrada Redundante (Nível A): a pessoa usuária deve ser capaz de recuperar as informações inseridas em um processo, como um formulário. Isso evita que a pessoa usuária precise inseri-las novamente;

  • Autenticação acessível (Níveis AA e AAA): processos de autenticação devem oferecer alternativas que não dependem de escrita correta ou memorização. Exemplos seriam preenchimento automático e gerenciadores de senhas.

 

Sua empresa pode acompanhar em tempo real as mudanças publicadas em relação às diretrizes. Para isso, basta acessar o site oficial da W3C, onde o documento completo da WCAG está disponível para consulta gratuita.

Além disso, o W3C oferece relatórios, conferências e grupos de discussão para divulgar atualizações com organização e times de desenvolvimento. Há também a possibilidade de receber boletins informativos do W3C ou participar nos fóruns de discussão.

Especialistas em acessibilidade apresentam insights em webinars e cursos para detalhar as atualizações e apoiar a implementação.

Qual é a expectativa para a WCAG 3.0?

Se a edição 2.2 já trouxe avanços importantes, o futuro guarda uma transformação ainda maior: a chegada da WCAG 3.0.

Atualmente, a WCAG 3.0 está na etapa de rascunho (working draft) e sendo desenvolvida pelo Silver Task Force. A proposta central é trazer uma alteração significativa em relação às versões anteriores.

Assim, a nova etapa almeja ampliar o alcance das regras de acessibilidade e fortalecer a inclusão digital. A sigla WCAG será mantida, mesmo com a alteração do nome para W3C Accessibility Guidelines. A intenção é cobrir uma ampla gama de aspectos além do conteúdo web. São exemplos de mudanças esperadas:

  • Normas mais acessíveis: novas regras serão escritas num formato direto e simples. Essa comunicação vai facilitar a compreensão das pessoas que não são especialistas em tecnologia;

 

  • Foco nas necessidades das pessoas usuárias: a WCAG 3.0 terá uma direção consistente. Em vez de focar em tecnologias específicas, o maior foco será atender as demandas do público. Isso permitirá que diretrizes sejam aplicadas em diferentes tipos de plataformas, como PDFs, ePubs e aplicativos móveis;

  • Novas estruturas de conformidade: os níveis “A, AA e AAA” serão substituídos pelos níveis Bronze, Prata e Ouro. Isso proporciona mais granularidade e flexibilidade para implementar diretrizes; 

  • Análise de conformidade mais ampla: a WCAG 3.0 permitirá que a acessibilidade seja avaliada como um todo em sites e aplicativos;

  • Requisitos para conteúdos de terceiros: criação de novos padrões para lidar com a acessibilidade de conteúdo incorporadas de terceiros;

  • Pontuação e métricas: testes e verificações, como amostragem e pontuação, farão parte da análise da conformidade.

A WCAG 3.0 trará maior flexibilidade para lidar com as constantes inovações tecnológicas. Dessa forma, ela vai oferecer um suporte abrangente e contínuo para a criação de produtos digitais inclusivos.

Apesar do lançamento previsto para 2028, a estrutura proposta promete simplificar a adoção da acessibilidade, atendendo ao público especialista e iniciantes.

Resumo: qual é a sua expectativa para a WCAG 3.0?

Depois dessa jornada pela evolução da WCAG, vale recapitular os pontos principais em perguntas rápidas.

O que é a WCAG?

É um conjunto de diretrizes técnicas que garante acessibilidade em conteúdos digitais.

Quem criou a WCAG?

Foi desenvolvida pelo W3C, por meio da iniciativa WAI, criada em 1997, com a primeira edição lançada em 1999.

Quais são os princípios da WCAG 2.0?

Perceptível, operável, compreensível e robusto.

O que mudou na WCAG 2.1?

Incluiu orientações específicas para dispositivos móveis e deficiências cognitivas.

Qual a principal melhoria da WCAG 2.2?

Mais acessibilidade para navegação por teclado e pessoas com deficiência cognitiva e motora.

A WCAG 2.2 substitui a 2.1?

Sim, e mantém compatibilidade com versões anteriores.

Como acessar as diretrizes atualizadas?

No site oficial do W3C, de forma gratuita.

O que esperar da WCAG 3.0?

Normas mais simples, níveis de conformidade novos (Bronze, Prata e Ouro) e foco na pessoa usuária.

Quando será lançada a WCAG 3.0?

A previsão é para 2028.

Quais formatos a WCAG 3.0 vai abranger?

Sites, apps, PDFs, ePubs e outros conteúdos digitais.

Conclusão:

Agora, você conhece a importância da WCAG para manter a conformidade de sites e plataformas com uma web acessível. A WCAG 3.0 trará um impacto ainda mais significativo para o seu negócio.

A Perto Digital não apenas acompanha a evolução da WCAG: nós antecipamos soluções para que empresas estejam sempre à frente. Nosso ecossistema reúne mais de 16 tecnologias integradas — de tradução em Libras nativa ao rastreamento facial — garantindo conformidade e experiências digitais realmente inclusivas. Mais do que atender normas, entregamos inovação com impacto social.

Conheça os diferenciais do nosso ecossistema: converse com nosso time e esteja sempre em conformidade com a WCAG e as demandas do mercado. 

Felipe Gruetzmacher

Felipe Emilio Gruetzmacher é um homem autista que atua como redator da Perto Digital, diretor de produção textual da diverSCInnova, copywriter da Editora Simulacro e blogueiro do site da ANAGEA (Associação Nacional dos Gestores Nacionais). Acredita no potencial da tecnologia em transformar a experiência digital e promover a inclusão das pessoas com deficiência.
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