Fontes Acessíveis: Escolhendo Tipografia para Otimizar a Leitura de Pessoas com Deficiência

Felipe Gruetzmacher
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As fontes são mais do que elementos visuais — são pontes que conectam pessoas à informação, à autonomia e à inclusão digital. Pode ser a diferença entre uma marca que se posiciona de modo acolhedor e um negócio pouco alinhado com uma web inclusiva 

Então, neste texto, o propósito é trabalhar os seguintes eixos de informações:

  • O que uma boa tipografia pode fazer pelo seu texto e pela inclusão digital?

  • Quais as principais características de uma fonte acessível?

  • Qual é a melhor para a acessibilidade: fontes sans-serif ou serif?

  • Quais as melhores fontes acessíveis para a legibilidade?

  • Quais as melhores fontes para acessibilidade cognitiva e dislexia?

  • Como tamanho da fonte, espaçamento e altura da linha afetam a acessibilidade?

  • Como verificar se suas fontes estão adequadas à acessibilidade?

A tipografia certa pode proporcionar uma leitura mais fluente para diferentes tipos de pessoas. Conheça mais sobre o tema nas linhas abaixo.

Neste Artigo:

O que uma boa tipografia pode fazer pelo seu texto e pela inclusão digital?

Fontes servem para embelezar ou destacar algum aspecto do seu texto. A tipografia certa pode comunicar:

  • Seriedade;

  • Descontração;

  • Formalidade;

  • Uma informação importante.

O tipo de letra pode, sobretudo, dificultar a leitura de letras e números para pessoas com deficiência visual, dislexia ou deficiência cognitiva. A implementação de fontes eficazes pode tornar o consumo do seu conteúdo mais efetivo.

Escolher a fonte certa é um gesto de empatia. É mostrar que sua marca se importa com cada pessoa que lê, navega e interage — independentemente de suas habilidades. Assim, seus textos podem ser percebidos, entendidos e navegados de forma simples.

A tipografia influencia a legibilidade, o cansaço visual e a compreensão. Mesmo que seu texto esteja bem escrito, uma fonte inadequada pode ser uma barreira — e a acessibilidade começa justamente em removê-las. Abaixo, você confere os diferenciais que a tipografia certa traz para seu texto:

  • Satisfação de necessidades neurodiversas: o estilo de fonte pode facilitar ou não a leitura de pessoas com baixa visão, TDAH, dislexia e demais condições neurodivergentes;

  • Agiliza a compreensão: a fonte certa traz mais legibilidade e reduz o cansaço ocular;

  • Atendimento de diretrizes legais: a tipografia é uma aliada poderosa na construção de uma web sem barreiras, garantindo que sua marca atenda às normas e, principalmente, às pessoas.

Quais as principais características de uma fonte acessível?

Há um padrão de características que melhoram a legibilidade para todas as pessoas usuárias. Esses aspectos minimizam o esforço cognitivo e previnem leituras incorretas. Saiba mais abaixo:

  • Letras em formatos abertos e simples: evite estilos ornamentados que dificultam a distinção dos caracteres;

  • Altura: as letras minúsculas mais altas em tamanhos menores otimizam a legibilidade;

  • Espaçamento certo e estratégico: isso evita que as letras se misturem, principalmente em passagens mais longas;

  • Distinção entre formas semelhantes: caracteres como l, i e 1 ou o, O e 0 devem ser claramente diferentes;

  • Mínima ornamentação: fontes muito condensadas ou estilizadas reduzem a legibilidade, sobretudo em dispositivos móveis.

Qual é a melhor para a acessibilidade: fontes sans-serif ou serif?

Fontes sem serifa (sans-serif) são mais fáceis de ler em telas. Exemplos incluem Helvetica e Arial. Já fontes serifadas podem funcionar bem em títulos e impressos, mas tendem a reduzir a legibilidade para pessoas com baixa visão ou dislexia.

Logo, a fonte sans-serif é a melhor opção para textos corridos. Use serifas com moderação e teste seu conteúdo para validar a legibilidade.

Quais as melhores fontes acessíveis para a legibilidade?

Algumas fontes proporcionam uma leitura mais clara. Elas são utilizadas no design inclusivo porque são familiares e funcionam bem em vários dispositivos. São exemplos:

  • Arial: comum e limpa;

  • Verdana: maior espaçamento, letras mais largas e mais altas.

  • Tahoma: legível em telas;

  • Trebuchet MS: caracteres arredondados e abertos;

  • Helvetica: muito útil. Contudo, o espaçamento apertado pode exigir adaptações;

  • Roboto: um sans-serif moderno e com boa legibilidade.

Experimente suas fontes em diferentes dispositivos para garantir que cada pessoa usuária tenha a melhor experiência de leitura.

Quais as melhores fontes para acessibilidade cognitiva e dislexia?

Há fontes especialmente projetadas para pessoas com dislexia e outras condições cognitivas. Elas otimizam a compreensão e melhoram a jornada digital em seu site. A seguir, você confere algumas dicas visuais para tornar a letra mais distinta:

  • OpenDyslexic: reduz a confusão entre as letras;

  • Lexend: minimiza o estresse visual e amplia a velocidade de leitura;

  • Atkinson Hyperlegible: criada pela Braille Institute para maximizar distinções visuais; 

  • Read Regular: desenvolvida para audiências disléxicas.

Essas fontes utilizam bases mais pesadas, maior espaçamento e maneiras únicas de reduzir a carga cognitiva. Isso torna todo o texto mais fácil de entender.

Como tamanho da fonte, espaçamento e altura da linha afetam a acessibilidade?

A tipografia envolve a apresentação de fontes, assim como aspectos-chave como espaçamento, tamanho e formatação. Abaixo, a Perto lista dicas para você acertar:

  • Tamanho mínimo da fonte para acessibilidade: o mínimo é 16px para o texto do corpo, segundo a WCAG;

  • Altura da linha: A WCAG recomenda um espaçamento de 1,5x entre as linhas do corpo;

  • Espaçamento entre letras: o mínimo é 0,12x de tamanho da fonte;

  • Espaçamento entre palavras: busque 0,16x do tamanho da fonte;

  • Unidades relativas (em/rem): garantem flexibilidade e melhor adaptação a diferentes telas.

Quais fontes podem prejudicar a legibilidade online?

Evite:

  • Fontes script ou cursivas: difíceis de ler rapidamente;

  • Fontes condensadas: reduzem a distinção e o espaçamento das letras;

  • Fontes decorativas/estilizadas: podem causar confusão para pessoas neurodivergentes;

  • Comic Sans: apesar de recomendada em alguns contextos de dislexia, não é considerada profissional.

Como verificar se suas fontes estão adequadas com a acessibilidade?

  • Use ferramentas automatizadas como o WAVE, axe DevTools e Accessibility Insights;

  • Realize testes responsivos para identificar se as fontes estão renderizadas em diferentes tamanhos de tela e níveis de zoom;

  • Combine testes de fontes com avaliação de contraste e escalabilidade para verificar clareza e legibilidade;

  • Valide as fontes com pessoas usuárias.

Resumo: utilize as fontes certas para proporcionar uma experiência visual inesquecível

A escolha da tipografia é um convite à inclusão. Com as fontes certas, cada leitura se transforma em uma experiência que acolhe, conecta e inspira. No item a seguir, vamos detalhar as ideias presentes no texto na forma de uma curta síntese e em perguntas:

Por que a escolha da fonte é importante para a acessibilidade digital?

Porque a tipografia certa melhora a legibilidade, reduz o cansaço visual e garante inclusão para pessoas com deficiência visual, dislexia ou neurodivergências.

Quais são as principais características de uma fonte acessível?

Formas abertas e simples, espaçamento adequado, boa altura de letras minúsculas e distinção clara entre caracteres parecidos.

Fontes sans-serif ou serifadas: qual é melhor para acessibilidade?

As fontes sans-serif (como Arial e Helvetica) são mais indicadas para textos digitais, pois são mais legíveis em telas.

Quais são as fontes mais acessíveis para leitura online?

Arial, Verdana, Tahoma, Trebuchet MS, Helvetica e Roboto são boas opções por sua clareza e familiaridade.

Existem fontes específicas para dislexia e acessibilidade cognitiva?

Sim. OpenDyslexic, Lexend, Atkinson Hyperlegible e Read Regular ajudam na diferenciação das letras e reduzem o esforço cognitivo.

Qual é o tamanho e espaçamento ideais para acessibilidade?

Tamanho mínimo de 16px, espaçamento entre linhas de 1,5x, entre letras de 0,12x e entre palavras de 0,16x.

Quais fontes devem ser evitadas?

Evite fontes cursivas, condensadas, decorativas e a Comic Sans, pois dificultam a leitura e comprometem a experiência da pessoa usuária.

Como verificar se as fontes estão acessíveis?

Use ferramentas como WAVE, axe DevTools e Accessibility Insights, e teste com pessoas reais para validar legibilidade e contraste.

Conclusão:

A escolha da tipografia é mais do que um detalhe visual — é um ato de inclusão. Quando o design é acessível, o conteúdo se torna universal, e cada pessoa usuária pode ler, compreender e se conectar com sua mensagem.

Na Perto Digital, acreditamos que a acessibilidade começa nas pequenas escolhas: uma fonte legível, um contraste adequado, uma experiência pensada para todos. Essas decisões constroem uma internet mais humana, mais justa e mais próxima das pessoas.

Nosso ecossistema de soluções — da Libras 100% Nativo ao Rastreamento Facial — foi criado para que marcas como a sua ofereçam experiências digitais completas e sem barreiras. Transforme a inclusão em inovação e a acessibilidade em valor de marca!

Converse com a Perto Digital e seja parte da mudança. Uma web acessível é o futuro — e o futuro começa agora.

Felipe Gruetzmacher

Felipe Emilio Gruetzmacher é um homem autista que atua como redator da Perto Digital, diretor de produção textual da diverSCInnova, copywriter da Editora Simulacro e blogueiro do site da ANAGEA (Associação Nacional dos Gestores Nacionais). Acredita no potencial da tecnologia em transformar a experiência digital e promover a inclusão das pessoas com deficiência.
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