Como Criar Documentos Digitais Acessíveis: Normas e Padrões

Felipe Gruetzmacher
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No texto de hoje, você vai aprender quais são as normas e boas práticas que garantem a qualidade de documentos digitais acessíveis. 

A acessibilidade em documentos consiste em proporcionar um fácil uso e manuseio para pessoas com qualquer habilidade ou limitação. Esse atributo atende, por exemplo, as necessidades comunicacionais das pessoas com deficiência.

O acesso digital implica em acolher todos os perfis de pessoas usuárias. Até porque um manuseio e uso facilitados agrega valor em todos os contextos.  Então, você vai conhecer mais sobre os seguintes temas lendo nosso texto:

  • Quais são as vantagens de investir em documentos digitais acessíveis?
  • Quais são as leis que regem a acessibilidade digital?
  • Quais as boas práticas para agregar acessibilidade em documentos digitais?

Confira muito mais do assunto neste post!

Quais são as vantagens de investir em documentos digitais acessíveis?

São muitos os benefícios! Documentos acessíveis atendem às necessidades de todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência.

Estar em conformidade com os padrões de acessibilidade proporciona sentimento de pertencimento para a sua equipe. Sua cultura corporativa vai inspirar a inclusão digital!

Os principais ganhos são:

  • Melhor compreensão para todas as pessoas usuárias;
  • Experiências positivas;
  • Maior alcance;
  • Conformidade com padrões e requisitos.

Qual é a definição de documentos digitais acessíveis?

Documentos são classificados como acessíveis quando podem ser acessados por todas as pessoas. Não importa o contexto, habilidade ou ferramenta. Pessoas com diferentes níveis de instrução, situação ou recursos podem acessá-los. 

Quais os principais obstáculos para implementar documentos digitais acessíveis na sua empresa?

As regras e regulamentações estão em constante mudança. Em virtude disso, gerenciar essa mudança pode ser uma tarefa difícil. A administração de dados em formatos acessíveis pode ser custoso e demorado se não for executada de forma correta.  

Dessa forma, os principais atributos negativos que provocam inacessibilidade dos documentos são:

  • Ambiguidade na linguagem: o uso de palavras muito vagas dificultam a compreensão;

  • Inadequação na formatação: acontece com documentos sem estruturas adequadas, títulos corretos, índice analítico e parágrafo significativo. Esse atributo divulga o uso de leitores de tela e tecnologias assistivas.

  • Ausência de formatos alternativos: muitos documentos estão disponíveis somente em formato PDF. Com isso, pessoas não podem acessar esse conteúdo sem apoio de software especializado ou ajuda de terceiros. Assim, formatos alternativos podem ser de extrema importância para acessar informações.

  • Falta de texto alternativo.

  • Documentos com fontes pequenas e fundos de baixo contraste que diminuem a legibilidade. Essa barreira pode afetar a experiência de pessoas com deficiência visual

Quais são as leis que regem a acessibilidade digital?

Há algumas leis que determinam a necessidade de acessibilidade em documentos. 

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), Lei nº 13.146/2015, cita esses pontos: 

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas internacionalmente.


Já o Decreto nº 6.949/2009 promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. “Promulgar” significa declarar que uma lei existe e ordena a execução. Sendo assim, o Brasil se torna um Estado Parte da Convenção, estando sujeito às normas dele.

 A partir desse Decreto, o Brasil se compromete com a acessibilidade nesse trecho do Artigo 9:

1.A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso público, tanto na zona urbana como na rural (...).

Já a WCAG 2.2, de acordo com o próprio site dela:

As Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web (WCAG) 2.2 abrangem uma ampla gama de recomendações para tornar o conteúdo da Web mais acessível. Seguir essas diretrizes tornará o conteúdo mais acessível a uma gama maior de pessoas com deficiências, incluindo acomodações para cegueira e baixa visão, surdez e perda auditiva, movimento limitado, deficiências de fala, fotossensibilidade e combinações destes, e algumas acomodações para deficiências de aprendizagem e limitações cognitivas (...).

Quais as boas práticas para agregar acessibilidade em documentos digitais?

Há boas estratégias que contribuem para a usabilidade de documentos. 

Por exemplo:

  • Adeque títulos: use títulos em estrutura hierárquica como H1, H2 e etc. Assim, você simplifica a navegação das pessoas usuárias, além de organizar conteúdo.

  • Forneça texto alternativo para tabelas, gráficos e imagens.
  • Garanta contraste de cor entre plano de fundo e texto.

  • Faça a inclusão de metadados relevantes com autor do documento e título. Disponibilize esses metadados para a pessoa usuária final. Informe o idioma para que a tecnologia assistiva faça a pronúncia correta. 

Quais as etapas para garantir a acessibilidade de documentos?

Há passos básicos para a criação de documentos acessíveis. Servem tanto para documentos em PDF, Microsoft Word e demais formatos. Em primeiro lugar, agregue texto alternativo para contextualizar as informações. 

Acrescente a marcação acessível por tecnologia assistivas. Rotular campos de formulários também ajuda a agregar acessibilidade. Além disso, os links de conteúdo interativos devem estar bem rotulados e funcionar quando ativados.

O texto de tamanho 12 ou superior simplifica a compreensão. Já a formatação de tabelas e designação de cabeçalhos são outros pontos que agregam valor na compreensão.

Por fim, cabe ressaltar: números de 10 em diante devem ser escritos na forma de numerais. Somente números de um a nove são mais simples de ler se escritos com palavras.

Quais as práticas de acessibilidade para diferentes tipos de documentos?

  • Microsoft Office: adeque rótulos para conteúdos não textuais. Assim, você deve formatar documentos para otimizar a legibilidade. Além disso, documentos precisam ser projetados para possibilitar navegação pelo teclado.

  • Word: Acesse o menu “Arquivo”. Depois, vá em "opções” e “acessibilidade”. Daí, você pode ativar modo de alto contraste e ajustes de zoom, por exemplo. A Microsoft oferece um guia para criar documentos acessíveis no word.

  • Microsoft Excel: ative modo de alto contraste, cores ajustáveis, ampliação e suporte para leitores de tela.Tais ações tornam as planilhas mais compatíveis com tecnologias assistivas. Outras boas práticas consistem em incluir título para a planilha e mensagem indicando final de tabela. Cada guia de planilha deve ter um nome relevante e exclusivo. Evite mesclar células ou deixá-las em branco.

  • Microsoft PowerPoint: Nesse caso, você deve habilitar atalhos para navegar agilmente por apresentações e alternar slides. Acrescente texto alternativo para possibilitar que sua apresentação seja acessada por pessoas cegas ou com visão parcial. Há, ainda, vários modelos projetados para garantir a acessibilidade. Outras boas práticas consistem em incluir legendas para vídeos, contraste de cores e texto alternativo.

  • Arquivos no Google Drive: Ele fornece um conjunto de recursos como conversão do texto em fala, ditado, reconhecimento de voz, suporte para legendas ocultas e temas de alto contraste. Há, também, a ferramenta verificador para o Google Drive que identifica problemas de acessibilidade em documentos antes de compartilhar.

  • Google Docs: Há a entrada de fala para pessoas com deficiência motoras, por exemplo. Com esse recurso, elas poderão falar ao microfone integrado ao dispositivo e acessar ferramentas do Google Docs.

  • Google Slides: As apresentações do Google fornecem textos alternativos nas imagens dos slides. As gravações de áudio são outros recursos que podem ser adicionadas às apresentações de slides.

  • Planilhas do Google: o uso de configurações podem otimizar a acessibilidade. Há o recurso para ativar funções do zoom que melhora a legibilidade. As planilhas Google contam com vários plugins que permitem a personalização de dados. Exemplos dessa personalização são adição de bordas em células individuais e alteração do espaçamento entre linhas do texto.

O que dizem as normas para documentos digitais acessíveis?

Que tal recordar todas as informações sintetizadas no texto acima? Siga lendo nosso resumo!

Quais os ganhos trazidos por documentos digitais acessíveis?

Facilidade para compreender, alcance, experiências digitais positivas e conformidade com padrões e requisitos.

Qual é a conceituação de documentos digitais acessíveis?

São um tipo de documento acessível por qualquer pessoa, independentemente da habilidade ou deficiência.

Quais são as leis e normas que demandam acessibilidade para documentos digitais?

São alguns exemplos como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o Decreto nº 6.949/2009 e a WCAG 2.2.

Conclusão

Boas práticas de acessibilidade digital em documentos agregam ainda mais profissionalismo para o seu negócio. É uma questão de acessibilizar conteúdo para comunicar para todas as pessoas.

Esse jeito de comunicar executado com critério técnico e boas práticas tem o poder de ampliar seu desempenho empresarial. É um valor compartilhado para todo um ecossistema: colaboradores, clientes e demais partes interessadas. Para maiores informações sobre esse impacto compartilhado, siga lendo nosso artigo Acessibilidade para sites é um ganho para seus clientes e colaboradores